No dia 13 de agosto de 2023, na aldeia Vitória, comunidade da Mata da Chica, Conde/PB, o território dos indígenas Tabajara vivenciou um momento de relevância histórica e cultural. Pela primeira vez, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, acompanhada de uma equipe técnica da autarquia, visitou o território. Este encontro marcou um significativo diálogo entre a Funai e as lideranças do povo Tabajara, reafirmando o compromisso da entidade com a defesa dos direitos indígenas e a demarcação legal do seu território. A trajetória do povo Tabajara é marcada por uma longa história de resistência, desde o período colonial em 1500. Na época da fundação da Paraíba, a etnia Tabajara já marcava sua presença no território do litoral sul paraibano.
Contudo, enfrentaram um processo brutal de esbulho territorial, que culminou em sua expulsão e no silenciamento forçado de suas vozes por mais de 100 anos. Apenas em 2006, os Tabajara iniciaram uma nova etapa de luta, buscando a reconquista de seu espaço territorial, políticos e cultural Joenia Wapichana, em suas palavras, sublinhou a necessidade de a Funai caminhar lado a lado com os povos indígenas, reforçando a política de diálogo e transparência. Ela ressaltou também que a Funai, mesmo enfrentando desafios estruturais e um histórico de sucateamento, está empenhada na reconstrução da política indigenista com a participação ativa dos povos indígenas. As lideranças das aldeias indígenas de Barra Gramame, Nova Conquista Taquara, Vitória e Severo Bernardo, destacaram a importância histórica do território Tabajara, onde criam seus filhos e netos, enfatizaram a importância do fortalecimento das relações do orgão com a comunidade indígena, e solicitaram avanços na demarcação da TI Tabajara, um processo que atualmente se encontra na fase de estudos antropológicos, históricos, fundiários, cartográficos e ambientais, GT fundamental para a identificação e delimitação da área indígena. A contínua luta do povo Tabajara pela reconquista de seus direitos e territórios, demonstra sua resistência viva e forte. Como bem expressaram os Tabajara:"Arrancaram nossas folhas, quebraram nossos galhos, cortaram nossos troncos, mas esqueceram de arrancar nossas raízes. O povo Tabajara está vivo e vai resistir até o último indígena."
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