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Estudantes de Ciências das Religiões/UFPB visitam a Aldeia Vitória

No dia 24 de julho de 2024, no período noturno, a Aldeia Vitória recebeu pesquisadores e estudantes universitários dos cursos de Graduação e da Pós-graduação em Ciências das Religiões, e de Jornalismo, da Universidade Federal da Paraíba. Essa aula foi proposta pelo professor Dr. Lusival Barcellos, do Departamento de Ciências das Religiões, com a finalidade de priorizar um aprofundamento, in loco, sobre os conteúdos que são estudados pelos (as) universitários sobre os povos originários da Paraíba. 


Toda equipe  saiu num transporte da UFPB e foi bem acolhida na aldeia. O cacique Ednaldo fez uma boa conversa sobre a história de resistência do povo Tabajara. Destacou que seu povo passou por 150 anos de apagamento e comparou o Brasil com uma cadeia, onde os indígenas são afastados de seus territórios e aprisionados em subúrbios. Ressaltou também que os indígenas ainda são vistos como folclore, pois a partir do momento que estão sem acessórios diacríticos, não são reconhecidos. “Nos chamavam de aborígenes, depois de índio, e agora com a academia, somos chamados de indígenas. Do que vão nos chamar no futuro?” 


O Cacique ainda comentou sobre a turbulência política envolvendo o processo de demarcação de terras e a luta contra o marco temporal. Nas últimas semanas, 13 comunidades indígenas sofreram ataques de latifundiários e coronelistas em 5 estados (MS, PR, RS, BA, CE), com casos de mortes na etnia Guarani-Kaiowá e Pikyxyin no Mato Grosso do Sul. O povo Tabajara, que já esteve em conflito com empresários da fábrica de cimento Elizabeth, teme que novos ataques possam acontecer, uma vez que a terra está sob processo de demarcação. Nesse sentido, comentou sobre a segurança na aldeia Vitória, precisando, diariamente, ter a ronda de monitoramento de uma viatura da Polícia Militar. 


Além dele, Natália Tabajara, liderança indígena feminina, fez uma fala sobre o grupo Niaras. Ela ressaltou a importância da organização feminina dentro da aldeia para a conquista de direitos e afirmou que as Niaras são mulheres guerreiras que vão em busca de grandes objetivos. Natália também convidou os pesquisadores presentes a participarem do quinto encontro das Niaras, evento que acontecerá nos dias 31 de agosto e 01 de setembro. A juventude Tabajara também se apresentou. Álvaro e Matheus fizeram uma fala na língua materna e comentaram sobre a importância da retomada do tupi para o fortalecimento da cultura.  Seu Zezinho Tabajara, um dos anciões da aldeia, fez uma breve fala sobre o poder da fé, destacando como a oração pode ocasionar a cura. E Sônia Tabajara apresentou seu trabalho com artesanato.


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